Como os países em desenvolvimento lutam para elevar seus padrões de vida, o meio ambiente muitas vezes recebe menos prioridade do que os problemas mais imediatos de subnutrição, doenças e pobreza.
Isso é compreensível e esses problemas mais profundos devem receber atenção se quisermos fazer progresso na preservação e nas melhorias do ambiente natural. A preocupação com resíduos sólidos, efluentes, matas e florestas, toda a fauna, etc…
Além do mais, insistir na proteção das florestas tropicais dos países em desenvolvimento, se estivermos relutantes em reduzir a emissão de CO2 em nossos próprios países, é hipocrisia grosseira.
Também devemos estar dispostos a compartilhar tecnologias, as quais podem auxiliar a refrear a destruição natural e a criar benefícios econômicos para práticas profissionais ecologicamente seguras.
O livro é uma combinação de sugestões práticas e meditações cuidadosas sobre questões como a globalização e a simplicidade. Também contém sugestões sobre onde ir para obter informações e ajuda adicionais.
Mas, evidentemente, a realização de todo esse programa de mudanças na produção e na organização social não poderá ser concretizada sem a conscientização da população, sem mudanças de mentalidade, mudanças profundas na compreensão do ser humano com o meio ambiente e sem uma grande mudança em nossos valores e em nossa cultura.
A ética cristã deve tratar o ser humano e a cultura do homem como parte de sua preocupação ecológica também.
Não podemos ter uma visão e um pensamento ético que não considerem o ser humano e seu contexto social e cultural dentro do contexto maior e como parte do meio ambiente.
Ou seja, tão justa quanto a preocupação com preservação de espécies como tartaruga-de-pente ou mico-leão-dourado ou jacaré-de-papo-amarelo, deve ser também a preservação da espécie humana. É importante que haja preocupação com a preservação também de sua vida e da qualidade de vida.
Todo Mundo Reivindicam Responsabilidade Ecológica
O Missionário Redentorista, padre Márcio Fabri dos Anjos, doutor em Teologia Moral e professor de Teologia explica que a responsabilidade ecológica deve estar diretamente ligada à responsabilidade social. Embora para nós, cristãos/ãs, a fé cristã não se reduza apenas a uma ética, entendemos que ela tem a exigência de uma ética, de um comportamento ético.
Por isso a tarefa de evangelização confiada por Deus à Igreja implica também a vivência, o anúncio e um desafio de uma ética para o mundo. Esta “evangelização ética” (evangelização promotora da ética cristã) condena o mundo em suas relações opressoras e destrutivas, propondo o estabelecimento de relações de misericórdia, justiça, solidariedade e paz.
É importante propugnar por políticas públicas que lhe possibilitem moradia, trabalho, subsistência. No texto, o autor faz uma análise da realidade atual, no que diz respeito a relação humana com o mundo, mostrando a necessária relação ecológica com a questão social.
A partir disso, joga luz sobre essa realidade, a partir da Encíclica papal, apontando a urgência de uma consciência para o cuidado, que deve perpassar toda a ação evangelizadora da Igreja.
Concluindo, podemos dizer que a responsabilidade ecológica da Igreja de fato é sua participação na Missão de Deus com a prática de um evangelho integral. Participar da construção do Reino de Deus em nosso mundo, pelo Espírito Santo, constitui-se na tarefa evangelizante da Igreja”.
O Conceito De Missão Integral Na Teologia E A Responsabilidade Ecológica Da Igreja Cristã
Enquanto a vasta disparidade entre a riqueza e a pobreza permanece, os cristãos viverão com a consciência inquieta. Devemos evitar vigorosamente todo desperdício e avareza, não apenas devido à solidariedade com o pobre, mas também devido ao respeito pelo ambiente vivo.
De modo que, se o pecado humano envolveu toda a criação num caos e em desarmonia, a ética cristã deve ser praticada de modo também a alcançar relacionamentos misericordiosos, justos, pacíficos e solidários com toda a criação, restabelecendo a harmonia, a amizade e a cooperação.
Os danos ambientais causados na Floresta de Araucária caracterizam-se pela existência de um conflito entre a forma pela qual é gerida a nossa economia e a lentidão na atualização da legislação em detrimento ao rápido desenvolvimento científico e social. Alterando os parâmetros de desenvolvimento da consciência ecológica de maneira tardia pelo Estado, e a falta de interesse em agir pelo simples fato do sistema econômico se antever ao meio ambiente.
De outra parte, não é preciso ficar esperando pela reforma de instituições como a ONU para agir. Cada um pode fazer a sua parte através de ações simples como economizar água; reciclar o lixo; dar carona ou usar transporte público. São medidas que não só melhoram o ambiente como também demonstram nosso grau de compromisso e corresponsabilidade na construção de uma nova ética planetária.