Os filmes que giram em torno de identidades desafiam frequentemente as normas e expectativas sociais e incentivam o público a refletir sobre as suas próprias identidades e as diversas experiências dos outros. Por causa de sua habilidade de se passar por branca, Clare viveu uma vida relativamente fácil e privilegiada com o marido. Mas isso não significa que ela não se identifica com estilo de vida de Irene e sua cultura, além de poder passar mais tempo no Harlem com sua família e a comunidade negra. Clare quer o melhor dos dois mundos e, apesar de Irene alertar sobre os riscos dessa vida, a jovem tem medo que seu marido descubra toda a verdade. As iniciativas que se voltam para a relação entre cinema e sociedade convergem para o fato de que as peças fílmicas se constituem tanto em elementos dinamizadores da cultura quanto reflexo da própria cultura.
Como os documentários podem contribuir para a discussão sobre identidade cultural?
Por exemplo, o carnaval é um símbolo da cultura brasileira e representa a alegria, a diversidade e a criatividade do povo brasileiro. Os filmes podem ter um impacto significativo na construção da identidade individual ao expor as pessoas a diferentes perspectivas e experiências culturais. Eles podem despertar questionamentos sobre quem somos e como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. Os filmes também podem inspirar as pessoas a explorarem suas próprias raízes culturais e se orgulharem da sua identidade.
Quais são algumas dicas para escolher filmes que abordam questões de identidade cultural?
Ela está relacionada à forma como nos identificamos com uma determinada cultura, seja ela nacional, étnica, regional ou religiosa. O filme retrata as relações entre patrões brancos e empregadas domésticas negras no Brasil contemporâneo, abordando questões sociais como desigualdade econômica e racial. O Drama de 2008 ‘Sinédoque, Nova York’ dirigido por Charlie Kaufman, estrelado por Philip Seymour Hoffman como um diretor de teatro que cria uma réplica realista da cidade de Nova York e explora temas de vida, arte e identidade.
Qual é o papel dos símbolos na construção da identidade pessoal?
Por isso, é importante ter uma visão crítica ao assistir filmes que abordam questões de identidade cultural. É sempre bom buscar diferentes fontes de informação para obter uma visão mais completa e precisa sobre uma determinada cultura. Com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação, a linguagem audiovisual se tornou ainda mais presente na vida de crianças, jovens e adultos das mais diversas origens.
Se no primeiro longa, Rebecca Hall já demonstra essa maturidade no uso da linguagem audiovisual, na direção dos seus atores e na tecitura do seu roteiro, imagina o que seus próximos trabalhos como diretora e roteirista nos reservam? Identidade é um filme que foge pela tangente do discurso fácil e juvenil de thread de Twitter que a gente costuma notar ser incorporado da maneira mais rasa possível por produções audiovisuais recentes, sobretudo com o selo Netflix. Raras vezes se vê na tela a disposição, maturidade e sensibilidade com que Rebecca Hall trata temas como o preconceito e as sensações de pertencimento e deslocamento identitário nesse filme. Afinal, não dá para fingir ou esquecer aquilo que simplesmente se é, é algo que ronda sua vida e enquanto você não “abraça” isso com todas as suas circunstâncias externas, incluindo a não aceitação de terceiros, você nunca encontrará paz. Possivelmente, uma conclusão que Irene pode tirar ao final do terceiro ato diante de uma decisão extremada de Clare. É nesse lugar inflamável que as duas personagens de Identidade se encontram e isso o longa consegue traduzir muito bem.
O ‘Ilha do Obturador’ dá o tom do filme, tecendo uma atmosfera de mistério assustador. O a história segue Teddy Daniels, interpretado por Leonardo Dicaprio , um marechal dos EUA enviado a um asilo em uma ilha remota para investigar o desaparecimento de um paciente. Enquanto Irene e Clare levam vidas separadas e muito diferentes após uma infância de amizade. As duas se reconectam na idade adulta por meio de um encontro casual e Irene está relutante em passar mais tempo com sua velha amiga, vendo a situação de Clare como perigosa. Entretanto, ela deseja concentrar em sua vida caseira com Brian e seus filhos, mas acaba se preocupando com a amiga mais uma vez. André Holland, que esteve presente em filmes como Moonlight e Selma, interpreta o marido de Irene, Brian Redfield, enquanto Alexander Skarsgård, de “Big Little Lies” e “True Blood”, interpreta John, o marido privilegiado de Clare.
Os símbolos são importantes porque nos ajudam a dar significado ao mundo ao nosso redor. Além disso, os símbolos nos conectam com outras pessoas que compartilham as mesmas crenças e valores. Ao mesmo tempo, o filme dá conta da identidade como algo fluido quando fala sobre a sensação de pertencimento, ampliando suas leituras para outros grupos, como homossexuais, transexuais, mulheres etc. Irene vive em uma comunidade negra, mas não consegue se conectar com ela, apesar de racionalmente entender todas as questões que perpassam por aquele grupo. A sensação de não pertencimento, no caso da personagem, passa pela autonegação, claro.
Conclui-se que tais produções trazem em seu interior estereótipos que podem influenciar a forma como a sociedade e os próprios relações públicas veem a profissão. Em outros termos, o cinema visto como construção simbólica pode privilegiar certas imagens, que neste caso contribuem para projetar somente uma das facetas da profissão, em detrimento de outros pontos de vista. Contudo, existe a necessidade de descortinar e analisar a fundo tais representações no cinema, o que merece um estudo pormenorizado sobre como estas construções simbólicas impactam a realidade da profissão. Já em “Tudo pelo Poder”, o diretor de comunicação Stephen Myers, interpretado por Ryan Gosling, é um idealista. Apaixonado por política, trabalha como assessor de imprensa para Mike Morris, representado na película por George Clooney, governador democrata, candidato a corrida presidencial nos Estados Unidos.
A Arte, sabemos, é altamente subjetiva, portanto, não é fácil de ser mensurada nem tem muito sentido dar nota para a compreensão de uma obra de arte. Da mesma forma, não tem muito sentido cobrar atividades, por exemplo, baseadas na experiência de se ver O garoto, de Chaplin, ou Kiriku, de Michell Ocelot. As experiências de fruição da arte devem ser respeitadas como tal, mas ainda vemos uma tentativa de controle por parte da cultura escolar, como se houvesse necessidade de se provar a “utilidade” de uma obra de arte. O cinema tem papel importante para a transformação da sociedade, pois através dele é possível chamar a atenção para diversas questões e realidades, além de possibilitar a transmissão de valores essenciais para a garantia e promoção de direitos humanos. Muitas vezes, as culturas são reduzidas a clichês ou características superficiais, o que não reflete a complexidade e diversidade das identidades culturais. Representar fielmente as identidades culturais no cinema é um desafio para os cineastas.
Ao contar histórias que refletem diferentes identidades culturais, os filmes ajudam a quebrar preconceitos e estereótipos, além de dar visibilidade a grupos muitas vezes marginalizados. Os documentários são uma forma poderosa de contribuir para a discussão sobre identidade cultural, pois eles geralmente apresentam histórias reais e informações precisas sobre diferentes culturas. Eles podem explorar temas como migração, assimilação cultural ou resistência às mudanças sociais, oferecendo uma visão mais profunda e autêntica sobre as experiências das pessoas. É importante destacar que os filmes não são os únicos responsáveis pela formação da identidade cultural dos espectadores. As experiências pessoais, família, amigos e comunidade também desempenham papéis importantes nesse processo.
Mank, dirigido por David Fincher e estrelado por Gary Oldman, foi lançado no dia 13 de novembro de 2020 nos cinemas, com estreia no serviço de streaming em 4 de dezembro de 2021. A estrutura de lançamento de Identidade é muito semelhante à de “Mank”, no ano passado, outro filme em preto e branco que foi definitivamente lançado estrategicamente para chamar a atenção dos festivais e juntar alguns prêmios. O longa também esteve no Festival de Cinema de Nova York e ganhou data de estreia no serviço de streaming para o dia 10 de novembro de 2021.
Com a sua exploração profundamente contemplativa da identidade e da crise existencial, o Filme de 1974 ‘O Homem que Dorme’ é um filme instigante sobre um estudante de 25 anos em Paris, interpretado por Jacques Spiesser, que se torna cada vez mais desligado do mundo. ‘Lost Highway’ é uma jornada cinematográfica alucinante que desafia a percepção da realidade do espectador, tornando-o imperdível para aqueles que apreciam um cinema instigante. Misteriosamente, ele é substituído por um jovem mecânico, Pete Dayton, interpretado por Balthazar Getty, que passa a viver uma vida diferente em seu lugar. Dirigido por David Lynch, o Filme de 1997 ‘Rodovia Perdida’ é um thriller psicológico cativante que deixa os espectadores questionando a natureza da identidade e da existência.
Assistir filmes que abordam questões de identidade cultural pode trazer diversos benefícios. Eles podem ampliar nossos horizontes, nos ensinar sobre outras culturas, promover a empatia e o respeito pela diversidade. Além disso, esses filmes também podem ser uma fonte de inspiração e nos ajudar a refletir sobre nossa própria identidade. Os símbolos são importantes na construção da identidade pessoal porque eles representam nossas crenças, valores e experiências de vida. Por exemplo, uma pessoa pode se identificar com uma tatuagem que representa um momento importante de sua vida ou um valor que ela considera importante.
Apesar de não se passar por branca, Irene (Thompson) não vive a vida da maioria das mulheres negras do seu tempo. Ela tem uma rotina confortável como esposa de um médico, um casal negro que “furou a bolha” e teve uma aparente ascensão social. Nesse sentido, é importante pensar as opções que os realizadores fizeram HD Filmes Online para escolher a fotografia, a luz, o cenário, o roteiro, o figurino, a dramaturgia. Esse conhecimento da linguagem (que os professores têm carência, pois raramente viram essa abordagem em sua formação inicial) auxilia muito no desenvolvimento da leitura crítica do audiovisual e da produção midiática como um todo.